Inquieta
Me deixa e leva pra longe minha cabeça;
É dor que não existe e arranca a alma pelas mãos,
Que confusa não se acha em nenhum lugar.
Procuro seu rosto na moça passando...
Hoje os deuses se esqueceram que você existe,
Mas eu não.
Quando o metro das sete chegar,
Vou estar exatamente aí,
E se seu corpo não estiver,
Com pedras na garganta,
A danada da saudade que bate bate na porta
Vai me levar,como um gato, por aí.
E se nada der em nada, estarei aqui.
Mas se o gato se perder em si,
Estarei no lago jogando minhas ilusões,
E bem longe esperando o metro das dez;
Hoje não volto para casa, não vou para casa.
Quem sabe eu te encontro no nosso esconderijo
Ou no bar da praça bebendo o vinho que fizemos.
Já está chegando a hora de te encontrar.
Marcamos às sete e trinta.
Mas você só chegou às sete e quarenta.
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