sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Inquieta


Saudade é o medo que me apressa,

Me deixa e leva pra longe minha cabeça;

É dor que não existe e arranca a alma pelas mãos,

Que confusa não se acha em nenhum lugar.

Procuro seu rosto na moça passando...

Hoje os deuses se esqueceram que você existe,

Mas eu não.

Quando o metro das sete chegar,

Vou estar exatamente aí,

E se seu corpo não estiver,

Com pedras na garganta,

A danada da saudade que bate bate na porta

Vai me levar,como um gato, por aí.

E se nada der em nada, estarei aqui.

Mas se o gato se perder em si,

Estarei no lago jogando minhas ilusões,

E bem longe esperando o metro das dez;

Hoje não volto para casa, não vou para casa.

Quem sabe eu te encontro no nosso esconderijo

Ou no bar da praça bebendo o vinho que fizemos.

Já está chegando a hora de te encontrar.

Marcamos às sete e trinta.

Mas você só chegou às sete e quarenta.

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