sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Nada por acaso


Mera poesia

Falso mero acaso de um acontecido do lado do avesso

Que de tão travesso roubou-me a vez

De ficar tão somente sobre modo tal, quase dado,

Agarrado, junto, bem junto a ti.

Homem da neblina, se queres levar a porta de minha perdição embora,

Espere um minutinho que eu enxugo, amacio, embrulho e enfeito e te entrego...

Beba e sinta-se saciado,

Pois pela manhã não mais existirá a luz do dia;

O Sol que brilha em você é aquecido por mim.

Hoje não espere flores.

Digo a você, meu pecado maior,

O qual me desapego sem dó.

E ao “da neblina” assim cabem flores,

As mais fúnebres.

Bom dia meu arrependimento, que me tomou em forma de mulher;

E que desapareceu com a noite.

Veja! Você pode ver? Bem do outro lado do jardim...

Ainda existem borboletas

Que me arrastam por milhas e milhas, me sufocam,

Fazem-me escutar coisas que não existem em minha imaginação.

Se eu morrer aqui, minha poesia continuará a ser escrita;

Não me pergunte como

Eu estarei morta, mas um outro poeta não.

Espero que esse poeta não conheça esse mesmo caminho

Essa porta que abre para o paraíso e para o inferno

Que de tão real mete medo até no Seu Sebastião,

Padre formado, mas tarado,

Que gosta de andar sob a neblina de vez em quando.

Nenhum comentário: